11 de dezembro de 2011

Vozes do Opará: a fala dos ribeirinhos do São Francisco ocupa as telas

*Reportagem escrita disponível em português e espanhol

Jaqueline Silva
Coletivo Tatuzaroio


Vista de dentro, a questão do impacto causado por mudanças feitas no curso do rio São Francisco se torna bem mais complexa, dentre elas, as causadas por barragens. Restringir de qualquer forma o acesso do povo ribeirinho ao rio, é tirar deles não só um meio de transporte, mas alimentação, sustento e teto. E os danos ambientais são irreversíveis. É esse o debate que o Coletivo Tatuzaroio traz ao lançar o documentário Vozes do Opará, o rio-mar batizado pelos indígenas.

Um mergulho no dia a dia da cidade de Piaçabuçú, município que fica no litoral sul do estado de Alagoas, e que sofre as consequências da ganância pelo desenvolvimento econômico que já construiu no Brasil em nome do progresso, 908 usinas hidrelétricas, 14 delas somente na Bacia do São Francisco, que nasce em Minas Gerais e abastece a Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco, com a justificativa de controlar a agricultura, enchentes ou secas naquelas regiões. Porém o que se tem observado é que tal interferência tem exercido efeito contrário, tornando os recursos escassos e afugentando comunidades de seu habitat natural.

Outras 62 hidrelétricas estão hoje em fase de construção, 16 delas ficam em Áreas de Proteção Ambiental (APA) dentro da floresta Amazônica. Na prática, isso representa desmatamento, desalojamento e uma brusca mudança na rotina da população que vive das áreas afetadas por essas obras grandiosas. Um bom exemplo é a construção de Belo Monte, orçada em 19 bilhões de reais e causadora de transtornos, mortes, e divisões antes mesmo de sair do papel.

Um bom momento para repensar nossas fontes de energia considerando se queremos a tecnologia como aliada para nos oferecer alternativas de fontes que atendam a quem precisa preservando a natureza e sua população nativa ou se vamos continuar a causar danos a índios, camponeses e criar cidades fantasmas que servirão no futuro como reservatórios para a instalação de usinas que beneficiam apenas 0,3% da população.

Ao levantar essas questões, o Coletivo Tatuzaroio dá voz aos ribeirinhos e lança a proposta de aprofundar o debate sobre as implicações das políticas públicas em confronto com a realidade das comunidades diretamente afetadas. Para o lançamento, previsto para o primeiro semestre de 2012, o coletivo está preparando uma exposição com as fotos do filme, além de promover um debate sobre as questões que envolvem os impactos ambientais no São Francisco.

O documentário, gravado no ano de 2010, traz como correalizadores o ponto de cultura Olha o Chico e o Grupo de Pesquisa Comulti, ambos do estado de Alagoas. O projeto conta com as seguintes parcerias: Sindicato dos Jornalistas de Alagoas, Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro, UFRJ, Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA), UFAL e Prefeitura de Piaçabuçu.


Voces de Opará: las voces de los ribereños del São Francisco ocupan las pantallas


Jaqueline Silva
Coletivo Tatuzaroio


Al mirar desde dentro la problematica de los impactos provocados por los últimos cambios en el rio São Francisco se compeljiza la situación, entre ellas la construcción de represas hidroelectricas. Al restringir las formas de acceso de los ribereños al rio, no solamente se esta quitando un medio de transporte, sino que de alimentación, sustento y techo. Los daños ambientales son irrebersibles. Ese es el debate que el Colectivo Tatuzaroio presenta al lanzar el documental “Voces de Opará”, el rio-mar como fue bautizado por los indígenas.

Nos introduzimos em el dia a dia de Piaçabuçu, comuna que se encuentra en el litoral sur del estado de Alagoas. Estado que sufre las consecuencias de los proyectos de desarrollo económico que se realizan en nombre del progreso en Brasil. 908 centrales hidroelectricas, 14 de ellas en la cuenca del rio São Francisco que nace en Minas Gerais y abastece a los estados de Bahia, Sergipe, Alagoas y Pernambuco. Los proyectos que se crean surgen con la justificativa de crear un control de la agricultura, las inundaciones y las sequias en esas regiones. Sin embargo, lo que se observa es que con la interferencia del rio se ha provocado un efecto contrario, donde escasean los recursos y las comunidades deben abandonar sus habitat natural.

Existen 62 hidroelecticas em etapa de construcción, 16 de ellas están em Áreas de Protección Ambiental (APA) de la selva Amazonica. Em la práctica, esto representa la deforestación, deslplazamiento y un importante cambio en la rutina de las personas que viven en las áreas afectadas por esas grandes obras. Un claro ejemplo de eso es la construcción de Belo Monte, presupuestada en 19 billones de reales , provocando transtornos, muertes y divisiones, incluso antes de ponerse en práctica.

Es un buen momento para pensar la matriz energetica que necesitamos, debemos considerar si vamos a servirnos de la tecnologia como posibilitadora de alternativas de fuentes para quien las necesita, preservando la naturaleza y a su población nativa. O si vamos a continuar con modelos que causan daños a los indígenas, campesinos, creando ciudades fantasmas que serviran en el futuro como reservas para que se instalen plantas energeticas que solo beneficiaran al 0,3% de la población.

Al reflexionar sobre estas cuestiones, el Colectivo Tatuzaroio da voz a los ribereños y lanza la propuesta de profundizar sobre las consecuencias de las políticas públicas en la realidad de las comunidades directamente afectadas. Para el estreno previsto para el primer semestre de 2012, el colectivo esta preparando una exposición de fotos del documental, junto con promover un debate sobre las problemáticas que envuelven los impactos ambientales en el rio São Francisco.

El documental grabado em el año 2010, tiene como correalizadores el punto de cultura “Olha o Chico” y al grupo de pesquisa Comulti, ambos del estado de Alagoas. El projecto cuenta com los siguientes apoyos: Sindicato de Periodistas de Alagoas, Sindicato de Petroleros de Rio de Janeiro, UFRJ, Instituo de Medio Ambiente de Alagoas (IMA), UFAL y la municipalidad de Piaçabuçu.

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