Vozes do Opará – Opará, assim era como os índios chamavam o Rio São Francisco, e é também, o título de um projeto-documentário encabeçado por três estudantes mestrandos em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, abordando a temática das políticas públicas de grandes impactos ambientais e suas consequências no cotidiano de comunidades ribeirinhas.
O projeto é uma parceria interestadual entre o Laboratório de Estudos em Comunicação Comunitária (LECC – UFRJ), o Grupo de Comunicação e Multimídia (Comulti – UFAL) e o Ponto de Cultura Olha o Chico, de Piaçabuçú, em Alagoas, com o apoio da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO-UFRJ) e do Curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Estado de Alagoas (CCOS-UFAL). A produção do documentário é a lenha inicial para o Coletivo Tatuzaroio de Comunicação e Cultura.
A execução desse vídeo vai possibilitar o contato e a vivência com ribeirinhos de povoados `esquecidos`, às margens do Velho Chico, no litoral sul alagoano, um dos quatro estados nordestinos que ele banha e mata a sede. Nasce no sudeste, em Minas Gerais, e depois abraça a Bahia, Sergipe, encontra o mar em Alagoas e se estende até Pernambuco. A oportunidade de dar visão da relação desse povo ribeirinho com seu habitat, no caso, o Rio São Francisco, e a opinião deles: pescadores, barqueiros, marisqueiras ou artesãos que vivem no local, como eles vem convivendo e se preocupando com o processo de transformação que o rio está sofrendo. E como as políticas de grande impacto ambiental, como a transposição, interferem em suas vidas.
`Voltar para a minha terra e poder utilizar a comunicação para transformar a sociedade é para mim um avanço`, comenta André Vieira, mestrando em Comunicação e Cultura na UFRJ e um dos idealizadores do projeto.
A Foz do São Francisco, o Povoado do Mandin e o Povoado do Retiro, na cidade de Piaçabuçú, litoral sul do estado de Alagoas e distante 140km da capital Maceió foram visitados. Em comum, o drama de presenciar ao longo dos dias as transformação pelas quais o principal recurso de suas vidas, o Velho Chico, vem sendo alterado e morrendo aos poucos. O objetivo é levar o tema à discussão à essas e outras comunidades que vivem em situção semelhante.
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